Chama-me pelo Teu Nome
Antes de estrear, “Chama-me pelo teu nome” já tinha toda uma história viral pela internet: uma sequência de dança desengonçada, protagonizada por Armie Hammer, ao som de Love My Way de Psychedelic Furs.
O actor com ar pateta mas confiante, imersivo mas descomprometido, foi alvo de montagens, onde colocaram o seu metro e noventa e seis a dançar ao som de Rihanna ou Game of Thrones.

Armie Hammer
No filme “Chama-me pelo teu nome” é esta atitude que apaixona a personagem de Thimothée Chalamet, a outra face do filme sensação que protagoniza um poema ao primeiro amor, onde desejo e a recordação se esbatem, algures pelo norte de Itália.
No início dos anos 80, Elio (Thimothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer) desfrutam da vida. Perdidos na brisa do verão, na frescura do rio, no sabor dos damascos, na pele um do outro.

Thimotée Chalamet
Elio tem 17 anos e é filho de um professor de cultura Greco Romana que todos os verões recebe um dos seus alunos mais brilhantes, para um estágio anual. Este ano, o alto e bonito Oliver é o escolhido.
O argumentista James Ivory adapta com sensibilidade o livro de Andre Aciman, desenvolvendo com tensão errónea e sensual, as colisões momentâneas dos dois rapazes: um encontrão com as bicicletas ou conversas ríspidas ao largo da piscina, não são mais do que flirts em que se vão testando.
Quando a abertura entre os dois se dá, nada é forçado e tudo é generosamente desenvolvido.
De ritmo lento e compassado, como um verão que vai passando, vamos entrando no aborrecimento do tempo que vai chegando a um fim, do tempo que lhes recorda imensas oportunidades…de falarem sobre assuntos que importam, com a aura do fruto proibido sempre presente.
“Chama-me pelo teu nome” de Luca Guadagnino tem luxúria e melancolia visual em igual medida de intensidade , como te lembrando que todo o amor de verão, vem com prazo para acabar.
ESTREIA:18/01/17